segunda-feira, 22 de julho de 2013

Revendo a vida

Viva Intensamente! Mas com valores!

Creio que já ouviram isso antes. Eu também.

E assim vivo até hoje. Com tudo e com todos. Nos momentos de alegria, tristeza, fúria, indecisão, riqueza, pobreza, saúde e quando da falta dela.

Pra mim não existe meias verdades, meio afeto, meia confiança, meio desejo, meia amizade ou meio amor. Não sou radical nem extremista como possam pensar. Apenas sou por inteiro.

Durante esse período de tratamento, a busca pelo re-SIGNIFICAR a vida tem sido constante e me fez perceber o quão intensa eu realmente sou com tudo. Com meus afetos, com meus valores, conceitos e vontades. Continuo no processo, portanto não ousaria dizer se estou ou se estivesse certa durante estes anos todos. Mas posso afirmar que sinto dentro de mim um saldo muito positivo no coração e na consciência em relação as minhas atitudes até aqui. Com certeza houveram falhas e faltas de minha parte. Mas pretendo me perdoar e pedir perdão por elas, mesmo que em pensamento, para estar livre do que a consciência registrou e matou de alguma forma.

Por longa data, ouvi algumas frases que causaram em mim grandes feitos até hoje. Diria inclusive que elas nortearam meus passos, meus sonhos, meus valores e meu EU até hoje.

  "a única coisa que tens teu de verdade é o seu nome, zele por ele"
"teu ganho será sempre proporcional ao teu risco"  
"não faça aos outros o que não deseja pra si"
"busque sempre o ser, depois o ter"
"quem muito se abaixa, mostra o traseiro"
"o trabalho dignifica o homem"
"aqui se faz, aqui se paga"
"o fruto não cai longe da árvore"
"me diz com quem andas e te direi quem és"
"você é do tamanho dos seus sonhos"
" Deus não te dá fardo maior do que possas carregar"
"ora, ora, e Deus melhora"
"tudo vale a pena se a alma não for pequena"
"na dúvida, não tome decisões"
"escute seu coração"


Ouvi tudo isso e muito mais dos meus avós maternos, pessoas maravilhosas que sofreram um tanto na vida para conseguirem sua casa própria aos 70 anos aproximadamente. Meu avó teve seu primeiro e único carro nesta ocasião, mas por falta de saúde ocular se quer pode usufruir de sua conquista. 

Minha avó Ayda, eu e meu avô Tupynambá. Amores eternos


Olhando pra traz, a gente percebe o quanto evoluímos, e o quanto regredimos até aqui. Você lembra de como éramos educados, e como educamos nossos filhos hoje?
No que diz respeito a modernidade, acho louvável que tenham mais facilidades de acesso a informação e carreira do que antes, mas sinto imensa saudade de alguns valores que vivi. Como por exemplo: dar beijo de boa noite nos pais, de bom dia, fazer as refeições juntos, ter diálogo a mesa, ajudar nas tarefas domésticas com prazer, com a certeza de que colaborar com os pais é algo lógico e não imposto.Pois além de educar a dar valor o que se tem e ganha, é ensinar a fazer, é passar conhecimento aos filhos. A maioria das moças de hoje mal sabem cozinhar. Cuidar de uma casa. Pregar um botão. Os meninos não tem a menor familiaridade com a simples troca de lâmpada, apertar um parafuso de uma tampa de panela, fazer uma horta. Ou seja, não estamos preparando nossos filhos para serem pais zelosos que vão ensinar seus netos a cuidar dos bens da casa, sem achar que tudo é descartável. Podem não avaliar isso ainda, mas com certeza a simplicidade vai ser artigo de luxo muito em breve.

Tive o Gabriel aos 22 anos, pra mim foi o ideal, pois como meu trabalho era autônomo e eu já tinha atingido uma estabilidade financeira regular, não havia motivo de lamúria, muito pelo contrário, a hora foi a certa! Pois sempre quiz ter filho homem e cedo, para que eu pudesse curtir a companhia dele ainda jovem e com saúde. Afinal, no começo de sua vida eu trabalhava demais e nosso tempo era mais limitado. 


Amamentando meu anjo


Gabriel com 1 ano e 9 meses

Me separei quando ele tinha 5 anos de idade e fomos experimentar uma vida  a dois em Sampa. Foi muito enriquecedor estarmos longe de toda a família e vivendo coisas novas, construindo uma nova rotina e estilo de vida. 
Nosso grupo de amigos era bastante eclético. Tínhamos a galera da espiritualidade, dos churrascos musicais, das aventuras esportivas como raffting, em fim, a intensidade estava sempre presente.
Lá desenvolvemos juntos a paixão pelo Corinthians. E assim é até hoje. Parceiros sempre.

Eu e Gabriel com 7 anos
Conquista da Libertadores
Hoje com 20 anos, universitário, muito inteligente, dedicado, voluntário de causas sociais, em fim, um baita companheiro para tudo. Lava, passa, limpa, pendura, recolhe, dobra, arruma, cuida, zela, coopera, só não cozinha (ainda). Um dia, há 10 anos atrás disse que queria ser Chef de cozinha, mas não rolou hahahahaha. Durante nossa vida juntos, sempre tivemos a ajuda de alguém no período que ele era menor, para que eu pudesse trabalhar, mesmo assim ele tinha as suas obrigações a cumprir e isso fez toda a diferença na sua criação em relação a outros jovens que conhecemos.

Colo de mãe é sempre bom

Por vezes pensamos estar fazendo a coisa certa e na verdade tá tudo errado e vice e versa não é mesmo?

Mas quando recebi o diagnóstico de câncer e o chão abriu-se embaixo de mim começou a revisão total sobre a minha vida até aquele momento. Esta será minha grande jornada daqui pra frente.

Com toda certeza, a maternidade do Anjo Gabriel, me encheu de todo amor que sempre senti falta!
Minha vida tem as tuas cores. Fazendo o melhor para acertar e com amor sempre!

Beijos doces e gordos da Mel

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