Durante a primeira biópsia de investigação em março de 2010 estava muito fragilizada com a perda do meu amadíssimo avó materno. Fazia apenas 20 dias, e ainda estava muito abalada.
O gaúcho Tupinambá Índio Brasileiro do Amaral faleceu aos 92 anos, numa quinta-feira, dia 5 de fevereiro de 2010 no antigo Hospital do Cepon no centro de Florianópolis. Vítima de um câncer de bexiga e complicações generalizadas.
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Pai de verdade. Amor eterno. |
Homem forte, de pensamentos e atitudes que marcaram toda nossa família por sua honestidade, personalidade, generosidade e lealdade com todos.
Trabalhou muito duro por anos, e quando finalmente conseguiu um pedacinho de terra pra chamar de seu e nela gozar de sua merecida aposentadoria, eis que seus 6 netos menor de idade aportam em sua casa pra morar devido a separação de sua filha e genro. Ninguém merece né!
Com certeza ele apavorou, mas não negou abrigo, amor, ensinamentos e cuidados de um pai.
Jamais esquecerei tamanha atitude de solidariedade e generosidade comigo e meus irmãos.
Serei eternamente grata a ele e a minha amadíssima avó Irene Ayda Thomé do Amaral hoje com 91 anos sob os cuidados de uma clínica em Porto Alegre para tratamento do Alzheimer.
Minha amada avó Aydinha. |
As vezes me pergunto se não é melhor mesmo esquecer de tudo de vez, ao invés de ter que conviver com a falta do companheiro de 65 anos. Ela diria: minha riquinha, Deus sabe o que faz!
Então, sofrendo pelo falecimento do meu avô, pela internação da minha vó, pelos sintomas físicos e o medo da confirmação da minha doença, meu pai, Euclides Ribeiro falece repentinamente exatos 6 meses depois.
No dia 5 de agosto de 2010, numa quinta-feira também, minha madrasta liga e diz: teu pai tá caído aqui na sala! Eles moravam em Balneário Camboriú que fica 100 km de distância de Florianópolis, onde moro.
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Meu herói, meu bandido. |
Mas as 6 da tarde, no horário de rush numa capital, o tempo dobra para chegarmos até lá e prestar o devido socorro.
Cerca de 1 mês depois, nos reunimos para juntos organizarmos o inventário do pai e naquela noite mais um fato extremamente desagradável fez com que meu estado emocional e físico fossem a nocaute por completo. De onde tirar ainda mais forças para continuar?
Que dias Senhor. O que mais falta acontecer? O que queres me dizer diante disso tudo? No que me agarrar? O sentimento de abandono, de profunda tristeza e da completa falta de perspectiva familiar me colocaram num buraco fundo, gélido, escuro por alguns meses. Algo dentro de mim morreu!
Tudo que pensei ter construído em sentimentos, amizade, cumplicidade e disponibilidade para a minha "grande" família acabara totalmente.
Sem amor, sem respeito, sem admiração, sem perdão e sem arrependimento não existe relação.
Os HERÓIS, todos mortos! Inclusive e principalmente eu.
O natal deste ano foi muito diferente dos anteriores, pois minha "pequena" família decidiu ir pra Gramado e Canela sentir o encanto das lendas de papai noel, dos bonecos de neve, dos homenzinhos de bolacha afim de proporcionar alegria e diversão aos nosso corações.
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Desfile soldadinhos de chumbo |
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Natal Luz no lago em Gramado |